Medicina Germânica Multiespécie: Como essa ciência empírica pode ajudar na nossa rotina clínica?

A Medicina Germânica é uma ciência empírica baseada em leis que são biológicas, que permitem identificar as doenças sendo reprodutíveis nos indivíduos. Idealizada por um médico oncologista alemão chamado Ryke Geerd Hamer (1935-2017), essa ciência iniciou-se, infelizmente, de uma tragédia familiar, após o falecimento do seu filho em 1978. Cerca de 3 meses após este episódio o Dr. Hamer apresentou um tumor de testículo e sincronicamente sua esposa Sigrid Hamer desenvolveu um tumor de ovário.

Após o seu diagnóstico e de sua esposa ele passou a estudar a história de seus pacientes e ficou fascinado com o que encontrou, ou seja, todos eles relataram anteriormente a serem diagnósticos com câncer, um histórico de acontecimentos muito traumáticos.

A partir daí ele criou as bases da Medicina Germânica através de 5 Leis Biológicas referindo que elas também poderiam ser utilizadas em benefícios de animais, desde que eles fossem mamíferos.

— Eles (animais) respondem com conflitos biológicos”! (Hamer)

Desta forma estudei as 5 Leis Biológicas e criei a Medicina Germânica Multiespécie, que é a mesma ferramenta do Dr. Hamer, mas agora sendo utilizada nas famílias multiespécies, ou seja, famílias que têm indivíduos de espécies diferentes. Associado a outros autores desenvolvi a ideia de que os conflitos humanos podem ser passados aos nossos animais de companhia, ou seja, conflitos biológicos que não resolvemos podem ser somatizados em forma de doenças ou sintomas em nossos animais de companhia.

Através dos animais doentes que atendo em meu consultório, posso identificar e informar os conflitos que os tutores estão passando, portanto, é o trabalho do médico veterinário ajudar muito as pessoas a identificarem as suas questões, trazendo luz ao que o tutor não estava olhando e atuando de forma preventiva no adoecimento dele.

Certa vez atendi uma cadela com tumor de mama (mama direita) e, como o animal parecia se identificar (copiar) muito com a tutora, perguntei se ela estava com o seu check-up anual em dia, e ela disse que não. Então, indiquei a ela que realizasse-os o quanto antes. Cerca de um mês depois à consulta, ela compareceu no retorno, informando que, ao fazer a mamografia, verificou-se que ela estava com um nódulo na mama direita. Portanto, é muito importante que, ao notar alguma doença no animal, deve-se olhar para a própria saúde do tutor, especialmente a do membro da família o qual o cão estiver mais identificado (Identificação: conceito de Sigmund Freud de 1921)

Entendo que o maior benefício que a medicina germânica multiespécie pode nos proporcionar é o fato de entendermos como as enfermidades que ocorrem nos animais de companhia podem indicar os conflitos que as pessoas da família humana em que o animal está identificado apresenta.

Desta forma, através da doença do animal, descobrimos o conflito biológico que está atuando no tutor, o que não somente ajudará a melhorar a saúde do animal de uma forma simples, objetiva, duradoura e muito mais barata e com menos sofrimento em termos de diagnósticos e tratamento invasivos, prolongados e caros, como também fornecerá ao tutor uma pista para que ele ressignifique (veja com outro olhar) algo em sua vida. Além disso, o veterinário e terapeuta na medicina germânica poderá antecipar doenças em seus tutores, bem como em seus familiares, inclusive, tratá-los informando-os de seus conflitos.

A descoberta do conflito humano pela doença do animal de uma forma inesperada pelo veterinário e terapeuta, a princípio, percebo que choca o tutor pela incrível e sincrônica relação da doença de um com o conflito/doença do outro, pois o veterinário tem uma grande oportunidade de informá-lo de seus conflitos num momento em que jamais imaginaria que a questão do tutor seria olhada, já que até então ele está no médico “veterinário”, então, ele está desarmado e esperando que aquele profissional olhe exclusivamente para o problema que o “animal” está apresentando, uma vez que ele nada tem a ver com aquela história.

Quanto aos conflitos, os principais são: de bocado, de ataque, de autodesvalorização e perdas e sociais (contato, separação e sexuais).

Assim, recomendo aos colegas o estudo da Medicina Germânica Multiespécie!

Fonte: Medicina Germânica Multiespécie (para iniciantes).

Por:  Marcos Eduardo Fernandes

Médico-veterinário Homeopata, doutor em ciências pela USP, psicanalista, comunicador de Rádio Mundial. Autor dos livros “Cara de Um Focinho do Outro”, “Os Animais e as Constelações Familiares – Uma Visão Sistêmica”, “Medicina Germânica Multiespécie” e “Síndrome Familiar Multiespécie”.
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