Descrição de testes cutâneos para alimentos na alergia alimentar em cães revisão de literatura

Por Dra. Ana Paula Landolpho

RESUMO

A alergia alimentar é uma resposta de hipersensibilidade imediata a um alérgeno alimentar e corresponde de 10-20% das doenças alérgicas tegumentares de cães. O Skin Prick Test tem sido utilizado na orientação de exclusões dietéticas em humanos com suspeição de alergia alimentar, porém não há estudos críticos deste teste em cães. O trabalho permitiu concluir que o Skin Prick Test com extratos de proteínas alimentares é um teste rápido, viável e seus resultados podem servir de guia para o estabelecimento de protocolos de dieta restritiva em cães com suspeição de alergia alimentar e ou dermatite atópica, minimizando de forma significante sua medicação.

Palavras-chave:  alergia, teste alérgico, alérgenos alimentares, dermatite atópica.

 

Introdução

A alergia alimentar é descrita como um efeito adverso à saúde, decorrente de uma resposta imune específica, que ocorre após a exposição a um determinado alimento, podendo ser uma resposta IgE mediada, não IgE ou combinação de ambas. Por outro lado, a intolerância alimentar ocorre por respostas a componentes alimentares farmacologicamente ativos, como histaminas, reação a toxinas ou processos de indigestibilidade e alterações na motilidade e secreção do trato digestório. As intolerâncias alimentares são específicas de cada indivíduo e podem incluir mecanismos farmacológicos ou metabólicos ou ser idiossincráticas. As reações tóxicas a alimentos são tipicamente relacionadas com a dose e podem estar associados a toxinas ou liberação de histamina. Tipo I, III e as reações de hipersensibilidade IV são as reações imunológicas mais prováveis para a Alergia Alimentar que são imunomediados. Destes, tipo a hipersensibilidade I é a que tem sido mais investigada, tanto em medicina humana como veterinária. Podemos citar como intolerância alimentar a intolerância à lactose, a qual se enquadra em uma reação metabólica que pode acarretar uma má-digestão, má-absorção e diarreia osmótica. Já as reações farmacológicas podem ser causadas pela histamina encontrada em peixes, como o atum e a mais comum em cães, causada pela xantina metílica presente no chocolate. Um levantamento dos principais alimentos relatados como causa de reação alimentar nos últimos 45 anos na medicina veterinária, o qual continha relatórios de diversos países, concluiu que os alérgenos alimentares não apresentam muita variação entre áreas geográficas. Neste estudo, os alimentos com maior taxa de reação adversa foram carne bovina, produtos lácteos, frango e trigo e, de forma intermediária, houve reações alérgicas ao ovo de galinha, soja, carne de cordeiro, porco, peixe e milho. Casos envolvendo arroz e pato foram raros 7 e a carne de coelho, chocolate, feijão e tomate foram 12 relatados como alérgenos alimentares apenas em casos isolados.

Revisão de literatura

Epidemiologia

A prevalência da Alergia Alimentar, quando levantada em revisão sistemática, no contexto da rotina clínica de pequenos animais é da ordem de 1%, enquanto da ordem de 6% quanto à casuística dermatológica.

As raças Cocker Spaniel, Labrador Retriever, Collie, Schnauzer Miniatura, Shar Pei, Dachshund, Dálmata, Lhasa Apso, Golden Retriever, Pastor alemão, Pinscher, Poodle, West Highland White Terriers, Boxers, Rhodesian Ridgebacks e Pugs, aparentemente, são mais representados em estudos de ocorrência da alergia alimentar, embora a predisposição racial não possa ser afirmada.

Alérgenos Alimentares (trofoalérgenos)

Os alérgenos alimentares são glicoproteínas hidrossolúveis termoestáveis de peso molecular de 10kDa a 70kDa e os alimentos mais frequentemente envolvidos na alergia alimentar em cães são a carne 13 bovina (34%), laticínios (17%), carne de frango (15%), trigo (13%), soja (6%), cordeiro (5%), milho (4%), ovos (4%), carne suína (2%), peixe (2%) e arroz (2%).

Atualmente, as rações comerciais disponíveis contêm em sua composição carne de aves ou mamíferos como sua principal fonte proteica. Na maioria dos casos, o prurido é causado por um ou dois alérgenos e alguns estudos relataram que um a dois terços dos cães são alérgicos a mais de um alimento.

Proteína Vegetal

As reações às proteínas de soja foram as mais frequentes em cães alérgicos. Ainda não está claro o porquê de a soja causar aumento da reação inflamatória mediada por linfócitos, porém já foi comprovado que a soja tem reação cruzada com pólens em humanos, como polinose de bétula. No trigo, proteínas como albumina, globulinas e prolamina são os principais alérgenos desencadeadores de resposta alérgica alimentar envolvendo IgE específica em humanos.

Proteína Animal

A carne bovina entre os mamíferos e a carne de frango entre as aves contém as principais proteínas envolvidas nas reações alérgicas em humanos.

A imunoglobulina IgG é um importante alérgeno da carne bovina, sendo fonte de reatividade entre esta carne, leite de vaca e cordeiro. Assim, cães alérgicos ao leite de vaca podem apresentar uma reação cruzada com carne bovina e provavelmente com carne de cordeiro devido à alta homologia com imunoglobulinas ovinas IgE.

Carboidratos

Embora a maioria dos alérgenos alimentares conhecidos sejam proteínas ou glicoproteínas, há evidências de que moléculas não proteicas podem atuar como alérgenos alimentares e certos carboidratos livres de proteínas, como os polissacarídeos e dextrano, têm demonstrado estarem envolvidos em alergia alimentar em humanos. O papel dos antígenos de carboidratos ainda é controverso e mal definido, não tendo nenhum estudo sobre o seu envolvimento na alergia alimentar em cães.

Imunopatogênese

As hipersensibilidades alimentares em seres humanos são geralmente mediadas por IgE e associadas a reações de hipersensibilidade tipo I. Já em cães, os mecanismos imunológicos específicos envolvidos nas reações adversas a alimento não estão completamente elucidados. As reações mediadas por IgE decorrem de sensibilização a alérgenos alimentares com a formação de anticorpos alérgeno-específicos da classe IgE. Estes anticorpos pré-formados se alocam na superfície de mastócitos e basófilos, onda há receptores específicos de alta afinidade à IgE. O contato subsequente com o alimento incriminado e a ligação da proteína alvo a duas moléculas de IgE, com a formação um dímero, determinam a desgranulação celular e liberação de mediadores vasoativos e citocinas Th2, que induzem às manifestações clínicas de hipersensibilidade imediata, também denominada do tipo I. Tais manifestações podem incluir prurido, angioedema, urticária, êmese, diarreia, broncoespasmo e mais raramente no cão, anafilaxia e choque.

As reações de hipersensibilidade tipo III, associadas à resposta mediada por anticorpos IgG, são reações normais do organismo a antígenos alimentares absorvidos pela corrente sanguínea, porém a presença de excesso de antígeno ou anticorpos pode levar à formação de imunocomplexos, contribuindo para o aumento da permeabilidade da mucosa intestinal e desempenhando um papel na patogênese das inflamações intestinais crônicas.

Tolerância Oral

Em condições normais, a alergia alimentar é evitada, pois o trato gastrintestinal e o sistema imunológico fornecem uma barreira que impede a absorção da maioria dos antígenos. O desenvolvimento do sistema imune local e sistêmico com o estímulo contínuo do microbioma conduz o amadurecimento do sistema imune e impede a estruturação de respostas alérgicas a alérgenos alimentares em mamíferos.

Revogação da tolerância oral ou falha em induzir a tolerância oral pode resultar no desenvolvimento de aumento da hipersensibilidade alimentar. O anatômico e funcional integridade da barreira GI garante a digestão normal e absorção de alimentos e sua tolerância, particularmente no que se refere a proteínas com potencial para atuar como alérgenos. Alterações em células epiteliais, permeabilidade intercelular, função das células dendríticas (apresentadora de antígeno), células M de placas de Peyer.

Hipersensibilidade do tipo I

As reações mediadas por IgE decorrem de sensibilização a alérgenos alimentares com a formação de anticorpos alérgeno-específicos da classe IgE. Estes anticorpos pré-formados se alocam na superfície de mastócitos e basófilos, onda há receptores específicos de alta afinidade à IgE. O contato subsequente com o alimento incriminado e a ligação da proteína alvo a duas moléculas de IgE, com a formação um dímero, determinam a desgranulação celular e liberação de 18 mediadores vasoativos e citocinas Th2, que induzem às manifestações clínicas de hipersensibilidade imediata, também denominada do tipo I. Tais manifestações podem incluir prurido, angioedema, urticária, êmese, diarreia, broncoespasmo e mais raramente no cão, anafilaxia e choque. Em indivíduos com dermatite atópica, também é proposto ocorrer à sensibilização aos alérgenos alimentares por via percutânea. Essas células apresentadoras de antígenos processam os alérgenos e apresentam seus peptídeos às células Th0 que, por sua vez, tornam-se células Th2, e liberam citocinas IL-4 e IL-13. A IL-4 desencadeará proliferação de linfócitos B, formação de plasmócitos e a liberação de imunoglobulinas IgE específicas, ocorrendo o processo de sensibilização. As IgE secretadas irão se ligar a receptores específicos de células inflamatórias como mastócitos, basófilos, células dendríticas e queratinócitos, ativando-as sempre que tiverem contatos com os alérgenos específicos.

Hipersensibilidade dos tipos III e IV

As reações de hipersensibilidade tipo III, associadas à resposta mediada por anticorpos IgG, são reações normais do organismo a antígenos alimentares absorvidos pela corrente sanguínea, porém a presença de excesso de antígeno ou anticorpos pode levar à formação de imunocomplexos, contribuindo para o aumento da permeabilidade da mucosa intestinal e desempenhando um papel na patogênese das inflamações intestinais crônicas. Em humanos e animais domésticos, reações de hipersensibilidade do tipo III estão envolvidas na doença celíaca, onde os anticorpos IgG e IgM contra a gliadina do glúten, em diferentes cereais, são formados e causam enterite duodenal.

Na hipersensibilidade tipo IV, a reação é mediada por linfócitos T citotóxicos, cujo recrutamento demora de 24 a 48 horas, sendo conhecida como hipersensibilidade tardia. Os mecanismos imunológicos envolvidos ainda não estão completamente elucidados, e parecem estar 14 relacionados com a ativação de células T alérgeno-específicas, monócitos, eosinófilos e anticorpos, envolvendo principalmente o trato gastrintestinal.

Aspectos Clínicos da Alergia Alimentar

As manifestações acerca da alergia alimentar têm o início mais frequentemente antes do primeiro ano de vida, ou, ainda, após os seis anos de idade. Os sintomas da alergia alimentar em cães são semelhantes aos de outras doenças dermatológicas de origem alérgica, a alergia alimentar pode se apresentar como prurido focal, multifocal ou generalizado, de intensidade variável, otites, seborreia, piodermite superficial além de, em alguns cães, acompanhados ou não de manifestações gastrointestinais. Em menor porcentagem, alguns cães com reações adversas aos alimentos podem apresentar urticária, angioedema, doenças das unhas e fístula perianal.

Diagnóstico da Alergia Alimentar

Até o presente momento, o binômio restrição-provocação permanece como sendo o padrão ouro para o diagnóstico da alergia alimentar. As provas dietéticas de eliminação devem ser realizadas preferencialmente com alimento caseiro com fontes proteicas inéditas ou alimento comercial com proteína hidrolisada, seguida de exposição provocativa com a dieta base do paciente.

Um novo estudo demonstra que uma dieta de exclusão mais curta é possível se o prurido alérgico e a inflamação forem inicialmente controlados com um curso curto de glicorticóides. Esse julgamento encurtado provavelmente melhora a adesão do proprietário e facilita o diagnóstico de alergia alimentar. Um estudo parecido foi feito nos mesmos moldes utilizando oclacitinib para tirar a inflamação e o prurido inicial, reduzindo também o tempo de diagnóstico da alergia alimentar.

Os proprietários devem ser instruídos para que nenhuma fonte alimentar além da dieta restritiva seja oferecida ao paciente e isso inclui: suplementos alimentares, medicações com palatabilizantes, petiscos, frutas e brinquedos mastigáveis que contenham proteína animal como palatabilizante e aromatizante. Para uma adesão maior por parte dos tutores, petiscos com a mesma fonte proteica utilizada na dieta podem ser oferecidos para os animais em tratamento, sempre garantindo que não há contaminação proteica.

Dieta de Eliminação Caseira

As dietas de eliminação caseiras para cães consistem em uma fonte de proteína original, a qual o animal nunca foi exposto de forma frequente, e uma fonte de carboidratos, preferencialmente inédita, como arroz integral, batata, batata salsa ou doce ou mandioca. Proteínas originais ou exóticas mais utilizadas atualmente seriam: carne de coelho, rã, carne suína. A escolha dos ingredientes que comporão as dietas de eliminação deve ser baseada no histórico dietético do paciente e deve conter apenas ingredientes aos quais o paciente nunca tenha sido outrora exposto.

Dietas com Restrição Antigênica Hidrolisada (Dietas Parcialmente Hidrolisadas)

As dietas hidrolisadas foram introduzidas na medicina veterinária alguns anos atrás e agora estão disponíveis para cães e gatos. A ideia por trás das dietas hidrolisadas é que a proteína é “hipoalergênica” ao reduzir o tamanho da mesma e assim minimizando a capacidade de ligação cruzada de IgE e degranulação de mastócitos. Uma vez que nem todos os cães com alergia alimentar sofrem de hipersensibilidade tipo I, essas dietas podem não ser a solução de todos os casos. Os problemas potenciais das dietas hidrolisadas incluem: diarreia e valor nutricional reduzido, embora a alergenicidade persistente seja a mais significativa. Não importa qual seja a escolha da dieta, é imperativo educar o cliente sobre a importância do cumprimento rigoroso da alimentação. Nenhum outro alimento, brinquedos com sabor ou guloseimas devem ser permitidos durante a triagem alimentar. Prevenção de ectoparasitas com comprimidos ou outros medicamentos mastigáveis devem ser descontinuados e sem sabor.

As dietas hidrolisadas são compostas de fragmentos de proteínas com pesos moleculares menores que 10 kDa que conferem maior digestibilidade, absorção e menor antigenicidade, visto que, em cães, a maior parte dos alérgenos alimentares possuem massa molecular entre 51 e 58 kDa, e a menor proteína que provocou uma resposta de IgE dependente continha uma massa molecular de 27 kDa.

Embora as dietas hidrolisadas pareçam resultar em melhorias em muitos cães com alergia alimentar, com base em dados publicados, eles não são completamente confiáveis para descartar alergia alimentar, pois algumas rações podem ser insuficientemente hidrolisadas, além de conter uma fonte de proteína não confiável ou contaminação com outros alimentos. Além disso, algumas dessas dietas contêm soja como ingrediente listado, que pode ser um alérgeno em potencial para reações alérgicas em cães.

Dietas com Restrição Proteicas Ultrahidrolisadas (Dieta Extremamente Hidrolisada)

Rações ultrahidrolisadas são feitas a partir da remoção de fragmentos proteicos maiores via separação física ou filtração molecular, o que aumenta a qualidade do produto e diminuindo sua alergenicidade. A ultrafiltração do hidrolisado favorece a dietas ricas em aminoácidos com pesos moleculares inferiores a 3 kDa, o que minimiza contaminação proteica, evita as reações IgE dependentes e parece minimizar as respostas imunomediadas inflamatórias em cães com alergia alimentar.

Dieta de Provocação

Testes de provocação alimentar continuam sendo o padrão-ouro para o diagnóstico da alergia alimentar em cães. No entanto, os testes de provocação alimentar são difíceis de realizar devido à falta de informações definitivas sobre os sinais clínicos esperados e o período em que se desenvolvem após a provocação.

As dietas de eliminação devem ser feitas por um período de 8 a 12 semanas, para obtenção de sensibilidade superior a 90%, enquanto a chamada exposição provocativa ou teste de provocação oral com o alimento anterior ou com ingredientes/alimentos suspeitos deve ser de até 14 dias, para sensibilidade mínima de 90% na deflagração das manifestações cutâneas.

Teste Alérgico no Diagnóstico da Alergia Alimentar em Cães

Embora por vezes sem valor diagnóstico, as provas in vivo e in vitro podem ser importantes ferramentas auxiliares na elegibilidade de ingredientes que comporão as dietas de eliminação ou no estabelecimento da ordem de prioridade de exposições provocativas. Além disso, são ferramentas frequentemente arguidas pelos proprietários, tendo visto o quão longo e trabalho é o estabelecimento do cabal diagnóstico por meio das provas dietéticas, afora a intercorrência dos indesejados efeitos quando da 27 submissão a provas de provocação e, portanto, mais fáceis e bem aceitas por estes.

A pesquisa de IgE específica ao alimento suspeito pode ser realizada tanto in vivo, por meio dos testes cutâneos de hipersensibilidade imediata, como in vitro, pela dosagem da IgE específica no sangue. A detecção de IgE específica tem sido considerada como indicativo de sensibilização ao alimento, na maioria das vezes apenas orientando o alimento a ser utilizado no teste de provocação oral no homem.

Testes Sorológicos IgE e IgG Específicos para Alimentos

Os testes sorológicos para alimentos visam identificar a reatividade de anticorpos a componentes alimentares específicos. Esses testes são projetados para medir a imunoglobulina E (IgE) ou imunoglobulina G (IgG) séricas contra vários ingredientes alimentares. As respostas mediadas por anticorpos IgG são normais no organismo a antígenos alimentares absorvidos pela corrente sanguínea.

Segundo revisão sistemática, a pesquisa de IgE alérgeno específica em cães tem valores preditivos positivos que variam de 15% a 100%, e preditivos negativos de 61% a 86%, enquanto para a pesquisa de IgG, respectivamente são de 35% e 84%.

Os testes sorológicos para IgE e IgG específicos para alimentos mostraram baixa sensibilidade e especificidade, tendo valor limitado para diagnóstico. A reatividade de IgG sérica para antígenos alimentares provavelmente ocorre por ser um componente da imunidade da mucosa, e não representa uma reação de hipersensibilidade do tipo I a proteínas dietéticas.

Teste de Contato para Alimentos (Pach Test)

O patch test, tem mostrado excelentes resultados quando como auxiliar na elegibilidade de ingredientes que comporão dietas de eliminação e subsequentes provas de provocação oral, uma vez que os valores preditivos negativos apresentados são muito satisfatórios. Os estudos realizados mostram valores preditivos negativos de 99,3% e 83,1%.

Teste de Proliferação de Linfócitos

Mostrando excelente desempenho, o teste de proliferação de linfócitos (TPL) não é oferecido comercialmente, sendo restrito até o presente momento ao uso em pesquisas, tendo visto seu elevado custo e estrutura necessária para sua execução. Em estudo onde os resultados obtidos no teste são confrontados com provas de provocação oral, os valores preditivos positivo e negativo foram respectivamente de 100% e 93%.

Teste Cutâneo de Puntura (Skin Prick Test)

O Skin Prick Test, é um teste cutâneo, ou seja, in vivo, de leitura imediata, que tem sido adotado como primeira abordagem no paciente humano alérgico na pesquisa de IgE específica naqueles quadros mediados por IgE ou 30 mistos, com o objetivo de determinar a sensibilização ao alimento, tendo importante papel na orientação dos alimentos a serem utilizados nas provas de provocação oral. Para avaliação da sensibilização a alérgenos alimentares, o skin prick test é considerado de alta sensibilidade, mas baixa especificidade, devendo ser acompanhado por uma dieta de eliminação posterior.

O skin prick test deve ser um procedimento não traumático, sem a indução de sangramento, no qual uma lanceta ou puntor, bifurcado ou não, devem ser utilizados para a realização de manobra sobre uma gotícula instilada sobre a pele de extrato alergênico comercial.

O teste deve ser aplicado na área selecionada após a raspagem da pelagem, em áreas pré-marcadas, ao lado esquerdo (região das costelas) do animal, com caneta dermográfica, com distância mínima entre si de 2 cm. Os puntores e lancetas devem ser individuais para cada extrato e descartados após o uso. Passados 15 a 25 minutos da execução a leitura do teste deve ser feita. Após a introdução epicutânea do alérgenos pelo puntor, aguarda-se 15 minutos para sua leitura. Para auxiliar a interpretação dos testes são necessários os controles negativo e positivo. São considerados positivos os resultados com formação de pápula de pelo menos 3mm de diâmetro médio acima do diâmetro da pápula do controle negativo que, em geral, tem formação papular ausente ou mínima. O surgimento de pápula significante representa uma reação em que há presença do anticorpo IgE específico ao alérgeno testado. O significado do teste positivo relaciona-se a uma sensibilização e não necessariamente à alergia, sendo necessária uma correlação clínica para comprovação da doença. Alguns fármacos inibem a reatividade ao teste e recomenda-se que os pacientes evitem anti-histamínicos por 15 dias antes da aplicação dos testes de leitura imediata, e a aplicação de corticosteróides tópicos por três semanas, já que podem reduzir tanto a fase imediata quanto tardia da reação cutânea.

Teste Alérgico Intradérmico

Para a realização do teste alérgico intradérmico, é necessário utilizar como controle negativo com solução salina fenolada e controle positivo, utilizando uma solução contendo 0,1 mg/mL de histamina base, conforme estudo prévio de limiar irritativo. Os extratos para teste alérgico são padronizados a partir de extrato de alimentos e possuem concentrações de 100 UBE/mL. O teste intradérmico é realizado conforme estabelecido por Hillier e Deboer 32 (2001), e sua interpretação é objetiva, sendo considerado resultado positivo as reações papulares no local da aplicação com média igual ou superior ao valor do ponto de corte calculado para cada paciente.

Testes Cutâneos para Alimentos na Medicina Veterinária

Os testes cutâneos têm sido utilizados há décadas para o diagnóstico da sensibilização a alérgenos ambientais e o teste cutâneo de puntura tem sido considerado o principal método para confirmar sensibilização alérgica mediada por IgE na medicina. É um procedimento pouco invasivo e quando realizado corretamente tem boa reprodutibilidade. Para avaliação da sensibilização a alérgenos alimentares, o teste de puntura é considerado de alta sensibilidade, mas baixa especificidade, devendo ser acompanhado por uma dieta de eliminação posterior. Galati (2021) estudou a hipótese de que o skin prick test auxilia na identificação das melhores opções de ingredientes que constituirão a dieta caseira ou na eleição de alimentos comerciais para fins de eliminação, além de guiar as provas de provocação oral, a fim de aumentar a acurácia do diagnóstico das reações cutâneas adversas a alimentos. Este estudo tem como objetivo investigar a aplicabilidade e o desempenho do skin prick test no diagnóstico e seleção de ingredientes para compor as dietas de eliminação e provas de provocação oral em cães com diagnóstico de reações cutâneas adversas a alimentos. O skin prick test se mostrou exequível, rápido e bem tolerado pelos pacientes. O desempenho do skin prick test em animais com alergia alimentar revelou sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo, respectivamente de 46%, 97%, 66% e 93%, quando da comparação dos achados com os animais do grupo controle e de 46%, 83%, 22% e 93%, mostrando assim que pode se tratar de um teste prático, rápido e fácil para a rotina clínica. Já o objetivo do estudo de Alcalá (2019), foi estabelecer a acurácia do uso do teste de puntura para o diagnóstico de alérgenos alimentares em cães com dermatite alérgica, visando testar uma nova forma de teste alérgico para alimentos e avaliar a dieta restritiva baseada no teste. O skin prick test foi realizado inicialmente 33 em 10 cães hígidos (grupo controle) para avaliação do potencial irritativo do teste puntura com extratos alergênicos de alimentos. No grupo de cães controle apenas 2 animais reagiram a um único alérgeno alimentar, leite e trigo. Dos 34 cães submetidos ao teste de puntura para alérgenos ambientais e alimentares, 4 (12%) reagiram só a alérgenos ambientais, 4 (12%) só a alérgenos alimentares e 26 (76%) cães a ambos os alérgenos. Foi possível diminuir o uso da medicação contínua em 11 (46%) dos cães do grupo teste. Foi possível diminuir o uso da medicação contínua em 11 (46%) dos cães do grupo teste. – O teste de puntura se apresentou como importante método de triagem dos alérgenos alimentares que determinam prurido no animal alérgico, permitindo diminuição de terapia medicamentosa e melhora dermatológica. No estudo de Possebom et al (2022), o objetivo foi avaliar a eficácia de uma combinação de skin prick test e patch test em protocolos atuais e testes de desafio alimentar em cães com Alergia Alimentar. Os skin prick test e patch test foram realizados em 21 cães com prurido crônico não sazonal. Os cães foram então alimentados com uma dieta de exclusão formulada com base nos resultados. Todos os cães com melhora nos sinais clínicos foram então desafiados com um alimento para o qual houve uma reação positiva nos testes. Posteriormente, seis cães foram desafiados com um alimento para a qual haviam sido negativos no teste. Dos 21 cães, houve uma melhora média significativa nos escores pVAS e CADESI-04 em 16 (76%) cães após D30. O diagnóstico de alergia alimentar foi feito em 76% dos cães, e os resultados dos testes foram uteis para a formulação de uma dieta de exclusão, mostrando assim mais uma possibilidade de testes práticos para a rotina clínica, mas com uma dificuldade em se ter padrão nos extratos dos testes alérgicos na veterinária.

CONCLUSÃO

A alergia alimentar é uma hipersensibilidade Tipo I e pode ter IV. Essa sensibilidade é a antígenos proteína e glicoproteínas de alto peso molecular (14 a 40.000 daltons). As principais proteínas e glicoproteínas envolvidas são: leite, soja, carne vermelha, frango, peixe, crustáceos, trigo, milho, frutas. 34 O diagnóstico da alergia alimentar é clínico realizando uma dieta de eliminação e provocação, essa dieta pode ser caseira (proteína original ou exótica) ou dieta comercial (proteína hidrolisada). O tempo de administração das dietas devem ser de 6 a 12 semanas. De 5 a 6 semanas (>80%) e de 8 semanas (aumenta a sensibilidade >90%). Porém existe um novo protocolo Favrot et al (2019) que diminui para 4 semanas o tempo de dieta de exclusão utilizando oclanitinib ou corticóides associados. O teste de provocação deve ser feito com a exposição gradual as proteínas alergênicas. Resposta tardia (semanal ou 15/15d). Volta a coçar em 24- 48h após a exposição em mais de 90% dos casos. Deve ser feito a avaliação dos sinais clínicos da alergia alimentar e podem ocorrer alterações gastrointestinais. Por outro lado, Shimakura e Kawano (2021) realizou um estudo com cães submetidos a dieta de eliminação com melhora clínica e recidiva com testes de provocação alimentar. Este estudo é o primeiro a relatar detalhes do tempo de início dos sinais clínicos e do local do corpo afetado após o teste de provocação alimentar em cães, mostrando que não é necessário esperar muitos dias para ver a reação do animal. Os principais alimentos descritos na alergia alimentar é uma causa possível de dermatite atópica em cães é a mais comumente diagnosticada após oito semanas de dieta de eliminação e desafio com a dieta original. Este longo processo é difícil para os proprietários e sua interpretação pode ser confusa (FAVROT et al 2019). O período da dieta de eliminação demasiadamente longo, que requer dedicação e comprometimento do proprietário para que os alérgenos alimentares possam ser identificados; a possibilidade de reação cruzada entre alérgenos alimentares; o empirismo da seleção de dietas baseadas no histórico da exposição proteica pregressa e a baixa adesão à utilização de dietas caseiras ou comerciais com proteínas de difícil acesso tornaram necessário a investigação de novos testes que possam ser aplicados no diagnóstico da sensibilização a alérgenos alimentares envolvidos na alergia alimentar, ou nas respostas inflamatórias associadas às reações adversas aos alimentos (OLIVRY et al., 2015, MUELLER e UNTERER, 2018). Os testes alérgicos alimentares podem ser percutâneos e sorológicos. Os testes sorológicos são testes para detecção do IgE, reações imediatas IgE livre 35 (sangue) e sensibilização. Já os testes cutâneos avaliam as reações imediatas, detecção de IgE ligada aos mastócitos da pele. Estes testes são: Skin Prick Test, Patch Teste e teste de proliferação linfocítica. O Skin Prick Test avalia mecanismos IgE mediado com o uso de extratos alimentares (comerciais laboratório de alérgenos) e extratos nãopadronizados (espécie). Alta sensibilidade com um alto valor preditivo negativo. O resultado negativo pode ajudar na seleção da dieta de exclusão. O Patch Test tem uma reação tardia (mediada por células reação de hipersensibilidade tipo IV) é feita com alimentos in natura, glicerinados ou extratos comerciais, através de um teste de contato: 48-72 horas. O resultado negativo é importante para orientação de uma dieta de eliminação. Mostrando excelente desempenho, o teste de proliferação de linfócitos não é oferecido comercialmente, sendo restrito até o presente momento ao uso em pesquisas, tendo visto seu elevado custo e estrutura necessária para sua execução. Os estudos nos permitiram concluir que o skin prick test com extratos de proteínas alimentares é um teste rápido, viável e seus resultados podem servir de guia para o estabelecimento de protocolos de dieta restritiva em cães com suspeição de alergia alimentar, minimizando de forma significante sua medicação.

REFERÊNCIAS:

ALCALÁ, COR., Avaliação do teste de puntura, dieta restritiva e desafio dietético no diagnóstico da alergia alimentar em cães com dermatite atópica. [Dissertação de Mestrado] Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Mestrado em Ciência Animal. 2019.

ALTMANN, F. Coping with cross-reactive carbohydrate determinants in allergy diagnosis. Allergo Journal, v. 25, n. 4, p. 18–25, 2016.

ANTUNES, J.; BORREGO, L.; ROMEIRA, A.; PINTO, P. Skin prick tests and allergy diagnosis. Allergologia et Immunopathologia, v. 37, n. 3, p. 155–164, 2009. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/S0301-0546(09)71728-8.

BATTAIS F., PINEAUF., POPINEAU Y., APARICIO C., KANNY G., GUERIN L., MONERET-VAUTRIN D. A., DENERY-PAPINI S. Identification of IgE-binding epitopes on gliadins for patients with food allergy to wheat. Clinical & Experimental Allergy. Volume 33, July 2003, Pages 962-970.

BATES, N., RAWSON-HARRIS, P., EDWARDS, N., 2015. Common questions in veterinary toxicology. Journal of Small Animal Practice 56, 298-306. 37 BETHLEHEM S, BEXLEY J, MUELLER RS., 2012. Patch testing and allergenspecific serum IgE and IgG antibodies in the diagnosis of canine adverse food reactions. Veterinary Immunollogic Immunopatholy 145:582–589.

BHAGAT RAS, WAZIR VS, MISHRA A, MAIBAM U. Food allergy in canines: A review. J Entomol Zool St. 2017; 5(6): 1522-1525

BIZIKOVA, P.; OLIVRY, T. A randomized, double-blinded crossover trial testing the benefit of two hydrolysed poultry-based commercial diets for dogs with spontaneous pruritic chicken allergy. Veterinary Dermatology, v. 27, n. 4, p. 289- e70, 2016. BOYCE J. A. et al. Guidelines for the diagnosis and management of food allergy in the United States: report of the NIAID-sponsored expert panel. J. Allergy Clin. Immunol. 2010; 126: 51-58

BRANDT, K. G.; SAMPAIO, M. M. S. C.; MIUKI, C. J. Importância da microflora intestinal. Revisões e Ensaios: Pediatria, São Paulo, v. 28, n. 2, p. 117-127, 2006.
BURKS, W., JAMES, J., EIGENMANN, P., 2011. Food Allergy. Elsevier Health Sciences, 24pp.

CAIN, C. L.; BRADLEY, C. W.; MAULDIN, E. A. Clinical and histologic features of acute-onset erythroderma in dogs with gastrointestinal disease: 18 cases (2005– 2015). Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 251, n. 12, p. 1439–1449, 15 dez. 2017. Disponível em: https://avmajournais.avma.org/doi/10.2460/javma.251.12.1439.

CARNETT, M. J. H.; PLANT, J. D. Percutaneous prick test irritant threshold concentrations for eight allergens in healthy nonsedated dogs in the USA. Veterinary Dermatology, v. 29, n. 2, p. 117-e47, 2018.

CAVE, N. J. Hydrolyzed Protein Diets for Dogs and Cats. Veterinary Clinics of North America – Small Animal Practice, v. 36, n. 6, p. 1251–1268, 2006.
CHEHADE M, MAYER L. Oral tolerance and its relation to food hypersensitivities. Journal Allergy Clin Immunology 2005;115(1):3–12 [quiz: 13]. CHESNEY, C. J. Food sensitivity in the dog: A quantitative study. Journal of Small Animal Practice, v. 43, n. 5, p. 203–207, 2002. 38

CHINTHRAJAH, S.R. ;HERNANDEZ J. D. ; BOYD S. D.; GALLI S. J.; NADEAU K. C. Molecular and Cellular Mechanisms of Food Allergy and Food Tolerance. Journal Allergy Clin Immunology 2016; 137(4): 984–997.

COCCO R. R. , CAMELO-NUNES I. C. , PASTORINO A. C. , SILVA L. , ROSELKA R S. S. , ROSÁRIO FILHO N.A. , SOLÉ D. Abordagem laboratorial no diagnóstico da alergia alimentar. Rev Paul Pediatr. 2007;25(3):258-65

COYNER, K.; SCHICK, A. Hair and saliva test fails to identify allergies in dogs. Journal of Small Animal Practice, v. 60, n. 2, p. 121–125, 2019.

DENG, Y., MISSELWITZ, B., DAI, N., FOX, M., 2015. Lactose intolerance in adults: Biological mechanism and dietary management. Nutrients 7, 8020-8035.

FASCETTI, A. J.; DELANEY, S. J. Applied Veterinary Clinical Nutrition. First ed. Iowa: Wiley-Blackwell, 2012.

FATTEH, S.; REKKERTH, D. J.; HADLEY J. A. Skin prick/puncture testing in North America: a call for standards and consistency. Allergy, Asthma & Clinical Immunology volume 10, Article number: 44 (2014).
FAVROT, C.; BIZIKOVA, P.; FISCHER , N.; ROSTAHER , A.; OLIVRY, T. The usefulness of short-course prednisolone during the initial phase of an elimination diet trial in dogs with food-induced atopic dermatitis. Veterinary Dermatology, 2019; 30(6):498-e149.

FAVROT, C.; STEFFAN, J.; SEEWALD, W.; PICCO, F. A prospective study on the clinical features of chronic canine atopic dermatitis and its diagnosis. Veterinary Dermatology, v. 21, n. 1, p. 23–30, 2010. FERREIRA, R., FERREIRO, L., MACHADO, M., CUNHA, V., FARIAS, M., ANTUNES E. 2016. Evaluation of different concentrations of histamine and skin irritant threshold concentration for house dust mites and a storage mite in healthy dogs submitted to intradermal testing. Vet Dermatol. 27 (Suppl. 1), 6–121

FOETISCH, K.; WESTPHAL, S.; LAUER, I.; RETZEK, M.; ALTMANN, F.; KOLARICH, D.; SCHEURER, S.; VIETHS, S. Biological activity of IgE specific for cross-reactive carbohydrate determinants. Journal of Allergy and Clinical Immunology, v. 111, n. 4, p. 889–896, 2003. 39

FUJIMURA, M.; MASUDA, K.; HAYASHIYA, M.; OKAYAMA, T. Flow cytometric analysis of lymphocyte proliferative responses to food allergens in dogs with food allergy. Journal of Veterinary Medical Science, v. 73, n. 10, p. 1309–1317, 2011.

GALATI, LHH., Uso do teste cutâneo de puntura (Skin Prick Test) em cães com reações cutâneas adversas a alimentos. [Dissertação de Mestrado] Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo; Mestrado em Ciência Animal. 2021.

GASCHEN FP, MERCHANT SR. Adverse food reactions in dogs and cats. Veterinary Clinical North American Small Animal Practice. 2011; 41:361-379.

GOCKI J, BARTUZI Z. Role of immunoglobulin G antibodies in the diagnosis of food allergy. Postepy Dermatol Alergol. 2016 ; 33(4):253-6. doi: 10.5114/ada.2016.61600.

HAGEN-PLANTINGA, E. A., LEISTRA, M. H. G., SINKE, J. D., VROOM, M. W., SAVELKOUL, H. F. J., & HENDRIKS, W. H. (2017). Measurement of allergenspecific IgG in serum is of limited value for the management of dogs diagnosed with cutaneous adverse food reactions. The Veterinary Journal, 220, 111–116. HAMMOND, C.; LIEBERMAN, J. A. Unproven Diagnostic Tests for Food Allergy. Immunology Allergy Clinic North America, 2018; 38(1):153-163.doi: 10.1016/ j.iac.2017.09.011. HASTON, M. C.; MOUGEOT, I. Serum IgE and IgG responses to dietary antigens in dogs with and without cutaneous adverse food reactions. Veterinary Dermatology, v. 31, I. 2, 2020.

HENSEL, P.; SANTORO, D.; FAVROT, C.; HILL, P.; GRIFFIN, C. Canine atopic dermatitis: Detailed guidelines for diagnosis and allergen identification. BMC Veterinary Research, v. 11, n. 1, p. 1–13, 2015. Disponível em:http://dx.doi.org/10.1186/s12917-015-0515-5.

HILLIER, A.; GRIFFIN, C. E. The ACVD task force on canine atopic dermatitis (X): Is there a relationship between canine atopic dermatitis and cutaneous adverse food reactions? Veterinary Immunology and Immunopathology, v. 81, n. 3–4, p. 227– 231, 2001a.

HILLIER, A.; GRIFFIN, C. E. The ACVD task force on 40 canine atopic dermatitis (I): Incidence and prevalence. Veterinary Immunology and Immunopathology, v. 81, n. 3–4, p. 147–151, 2001b.

HORVATH-UNGERBOECK, C.; WIDMANN, K.; HANDL, S. Detection of DNA from undeclared animal species in commercial elimination diets for dogs using PCR. Veterinary Dermatology, v. 28, n. 4, p. 373-e86, 2017.

ISHIDA, R., KURATA, K., MASUDA, K., OHNO, K., TSUJIMOTO, H., 2012. Lymphocyte blastogenic responses to food antigens in cats showing clinical symptoms of food hypersensitivity. Journal of Veterinary Medical Science 74, 821-825.

JOHANSEN, C., MARIANI, C., MUELLER, R.S., 2017. Evaluation of canine adverse food reactions by patch testing with single proteins, single carbohydrates and commercial foods. Veterinary Dermatology 28, 473-e109.

KANG MH, KIM HJ, JANG HJ, PARK HM (2014) Sensitization rates of causative allergens for dogs with atopic dermatitis: detection of canine allergen-specific IgE. Journal of Veterinary Sciences 15(4):545–550.

KAWANO, K., OUMI, K., ASHIDA, Y., HORIUCHI, Y., & MIZUNO, T. (2013). The prevalence of dogs with lymphocyte proliferative responses to food allergens in canine allergic dermatitis. Polish Journal of Veterinary Sciences, 16(4), 735– 739.

LACHAPELLE, J.-M.; MAIBACH, H. I. Patch Testing and Prick Testing – A Practical Guide. Second ed. Berlin: Springer Berlin Heidelberg, 2009. LIEBERMAN, J. A., & SICHERER, S. H. (2010). Diagnosis of Food Allergy: Epicutaneous Skin Tests, In Vitro Tests, and Oral Food Challenge. Current Allergy and Asthma Reports, 11(1), 58–64.

LOEFFLER A, SOARES-MAGALHAES R, BOND R, LLOYD D. A retrospective analysis of case series using home-prepared and chicken hydrolysate diets in the diagnosis of adverse food reactions in 181 pruritic dogs. Veterinary Dermatology 2006; 17; 273- 279.

MARIETTA EV, DAVID CS, MURRAY JA., 2011. Important lessons derived from animal models of celiac disease. Int Rev Immunol 30(4):197–206. 41

MARTIN A, SIERRA MP, GONZALEZ JL, et al. Identification of allergens responsible for canine cutaneous adverse food reactions to lamb, beef and cow’s milk. Veterinary Dermatology 2004;15(6):349–56.

MASUDA, K.; SATO, A.; TANAKA, A.; KUMAGAI, A. Hydrolyzed diets may stimulate food-reactive lymphocytes in dogs. Journal of Veterinary Medical Science, v. 82, n. 2, p. 177–183, 2020.

MATRICOTI, I.; NOLI, C. An open label clinical trial to evaluate the utility of a hydrolysed fish and rice starch elimination diet for the diagnosis of adverse food reactions in dogs. Veterinary Dermatology, 2018; 29(5):408-e134.

MEAGAN, R.P.; TAPP, T.; PAINTER, J. P. Use of the Health Belief Model to identify factors associated with owner adherence to elimination diet trial recommendations in dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 255, I. 4, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.2460/javma.255.4.446.

MILLER, W. H.; GRIFFIN, C. E.; CAMPBELL, K. L. Muller and Kirk’s Small Animal Dermatology. 7th. ed. [s.l.] Saunders, 2012.

MOREIRA, L. F. Estudo dos componentes nutricionais e Imunológicos na perda de peso em Camundongos com alergia alimentar. 2006. Dissertação (Mestrado em Patologia Geral) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. MUELLER RS, JACKSON H. Atopy and adverse food reaction. In: Foster AP, Foil CS, editors. BSAVA Manual of Small Animal Dermatology. 2nd ed. Gloucester, UK: British Small Animal Veterinary Association; 2003. pp. 125–136

MUELLER, R.S., OLIVRY, T., 2017. Critically appraised topic on adverse food reactions of companion animals (4): can we diagnose adverse food reactions in dogs and cats with in vivo or in vitro tests? BioMed Central Veterinary Research 13, 275.
MUELLER, R. S.; OLIVRY, T.; PRÉLAUD, P. Critically appraised topic on adverse food reactions of companion animals (2): Common food allergen sources in dogs and cats. BMC Veterinary Research, v. 12, n. 1, p. 10–13, 2016a. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1186/s12917-016-0633-8. 42 MUELLER, R. S.; UNTERER, S. Adverse food reactions : Pathogenesis , clinical signs , diagnosis and alternatives to elimination diets. The Veterinary Journal, v. 236, p. 89–95, 2018b. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.tvjl.2018.04.014.

NESBITT, G. H.; ACKERMAN, L. Canine & Feline Dermatology: Diagnosis and Treatment. 1st. ed. [s.l.] Veterinary Learning Systems, 1998.

FISCHER, N.; SPIELHOFER, L.; MARTINI, F.; ROSTAHER, A.; FAVROT, C. Sensitivity and specificity of a shortened elimination diet protocol for the diagnosis of food-induced atopic dermatitis (FIAD). Veterinary Dermatology, 2021 ;32(3):247-e65. NOWAK-WĘGRZYN, A.; KATZ, Y.; MEHR, SS.; KOLETZKO, S. Non-IgE-mediated gastrointestinal food allergy. Journal Allergy Clinical Immunology.2015;135(5):1114-24.

OLIVRY, T.; DEBOER, D. J.; FAVROT, C.; JACKSON, H. A.; MUELLER, R. S.; NUTTALL, T.; PRÉLAUD, P. Treatment of canine atopic dermatitis: 2010 clinical practice guidelines from the International Task Force on Canine Atopic Dermatitis. Veterinary Dermatology, v. 21, n. 3, p. 233–248, 2010.

OLIVRY, T.; MUELLER, R. S. Critically appraised topic on adverse food reactions of companion animals (5): Discrepancies between ingredients and labeling in commercial pet foods. BMC Veterinary Research, v. 14, n. 1, p. 1–5, 2018.

OLIVRY, T.; MUELLER, R. S. Critically Appraised Topic on Adverse Food Reactions of Companion Animals (8): Storage Mites in Commercial Pet foods. BMC Veterinary Research, v. 15, n. 1, p. 1–5, 2019.
OLIVRY, T.; MUELLER, R. S. Critically appraised topic on adverse food reactions of companion animals (9): Time to flare of cutaneous signs after a dietary challenge in dogs and cats with food allergies. BMC Veterinary Research, v. 16, n. 1, p. 1–4, 2020.
PALI-SCHÖLL .I, HERRMANN I., JENSEN-JAROLIM E., and IBEN C. Allergies, with Focus on Food Allergies, in Humans and Their Animals. Springer International Publishing AG 2017 . E. Jensen-Jarolim (ed.), Comparative Medicine. 43

PARR, J.M., REMILLARD, R.L., 2014. Common confounders of dietary elimination trials contain the antigens soy, pork, and beef. Journal of the American Animal Hospital Association 50, 298-304.

PICCO, F., ZINI, E., NETT, C., NAEGELI, C., BIGLER, B., RUFENACHT, S., ROOSJE, P., GUTZWILLER, M.E., WILHELM, S., PFISTER, J., et al., 2008. A prospective study on canine atopic dermatitis and food-induced allergic dermatitis in Switzerland. Veterinary Dermatology 19, 150-155.

POSSEBOM, J.; CRUZ, A.; GMYTERCO, V. C.; RODRIGUES DE FARIAS, M. Combined prick and patch tests for diagnosis of food hypersensitivity in dogs with chronic pruritus. Veterinary Dermatology.2022;33(2):124-e36.doi: 10.1111/vde.13055.

POSSEBOM, J., Testes alérgicos de puntura, de contato e immunobloting na avaliação da sensibilidade a alérgenos de ácaros e alimentares em cães com dermatite atópica. [Dissertação de Doutorado] Pontifícia Universidade Católica do Paraná; Doutorado em Ciência Animal. 2019.

PROVERBIO, D.; PEREGO, R.; SPADA, E.; FERRO, E. Prevalence of adverse food reactions in 130 dogs in Italy with dermatological signs: A retrospective study. Journal of Small Animal Practice, v. 51, n. 7, p. 370–374, 2010.

RAKSHANDA B., AMIR A. S., WAZIR V.S., ADITYA M., and UTTARANI M. Food allergy in canines: A review. Journal of Entomology and Zoology Studies 2017; 5(6): 1522- 1525. RENZ, H.; ALLEN, K. J.; SICHERER, S. H.; SAMPSON, H. A.; LACK, G. Food allergy. Nature Reviews Disease Primers, v. 4, p. 1–20, 2018a

RESTANI, P.; BALLABIO, C.; TRIPODI, S.; FIOCCHI, A. Current Opinion in Allergy and Clinical Immunology: June 2009 – Volume 9 – Issue 3 – p 265–269.

RICCI, R.; GRANATO, A.; VASCELLARI, M.; BOSCARATO, M.; PALAGIANO, C.; ANDRIGHETTO, I.; DIEZ, M.; MUTINELLI, F. Identification of undeclared sources of animal origin in canine dry foods used in dietary elimination trials. Journal of Animal Physiology and Animal Nutrition, v. 97, n. SUPPL.1, p. 32–38, 2013.

RONDELLI, M. C. H.; OLIVEIRA, M. C. de C.; SILVA, F. L. da; PALACIOS JUNIOR, R. J. G.; PEIXOTO, M. C.; CARCIOFI, A. C.; TINUCCI-COSTA, M. A retrospective 44 study of canine cutaneous food allergy at a Veterinary Teaching Hospital from Jaboticabal, São Paulo, Brazil. Ciência Rural, v. 45, n. 10, p. 1819–1825, 2015. ROSSI, M. A.; MESSINGER, L.; OLIVRY, T.; HOONTRAKOON, R. A pilot study of the validation of percutaneous testing in cats. 2013.
ROSTAHER, A., FISCHER, N.M., KUMMERLE-FRAUNE, C., COUTURIER, N., JACQUENET, S., FAVROT, C., 2017. Probable walnut-induced anaphylactic reaction in a dog. Veterinary Dermatology 28, 251-e266.

ROSTAHER, A.; HOFER-INTEEWORN, N.; KÜMMERLE-FRAUNE, C.; FISCHER, N. M.; FAVROT, C. Triggers, risk factors and clinico-pathological features of urticaria in dogs – a prospective observational study of 24 cases. Veterinary Dermatology, v. 28, n. 1, p. 38-e9, 2017.

ROUDEBUSH, P., GUILFORD, W.G., JACKSON, H.A., 2010. Adverse reactions to food. In: Hand, M.S., Thatcher, C.D., Remillard, R.L., Roudebush, P., Novotny, B.J. (Eds.), Small Animal Clinical Nutrition, 5th ed. Mark Morris Institute, Topeka, KS, USA, pp. 609–625.

SALZO, P. S.; LARSSON, C. E. Hipersensibilidade alimentar em cães. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 61, n. 3, p. 598–605, 2009.
SCHOU NIELSEN, J., METERAN, H., ULRIK, C. S., PORSBJERG, C., & BACKER, V. (2017). Natural history of skin prick test reactivity. Annals of Allergy, Asthma & Immunology, 119(2), 184–188.e1.

SHIMAKURA, H.; KAWANO, K. Results of food challenge in dogs with cutaneous adverse food reactions. Veterinary Dermatology, n. December 2020, p. 1–6, 2021.

SIARRA, T.; PARR, J. M.; TEMPLEMAN, J.; SHOVELLER, A. K.; MANJOS,R.; YU,A.; VERBRUGGHE, A. Assessment of dog owners’ knowledge relating to the diagnosis and treatment of canine food allergies. Canadian Veterinary Journal. 2019;60(3):268-274.
SICHERER, S. H.; SAMPSON, H. A. Food hypersensitivity and atopic dermatitis: Pathophysiology, epidemiology, diagnosis, and management. Journal of Allergy and Clinical Immunology, v. 104, n. 3 SUPPL., p. 114–122, 1999. 45

SOLDERA K., MARTININGHI B. B., OLIVEIRA A. S., DIAS C. P., PITREZ P. M., RONCADA C. Teste cutâneo em doenças alérgicas: uma revisão sistemática. Sci Med. 2015;25(1):78-87.

SOLÉ, D.; RODRIGUES SILVA, L.; COCCO, R. R.; FERREIRA, C. T.; SARNI, R. O.; OLIVEIRA, L. C.; PASTORINO, A. C.; WEFFORT, V.; MORAIS, M. B.; PAES BARRETO, B.; OLIVEIRA, J. C.; PAULA, A.; CASTRO, M. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2018 – Parte 2 – Diagnóstico, tratamento e prevenção. Documento conjunto elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. Arq Asma Alerg Imunol, v. 2, n. 1, p. 39–82, 2018a. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5935/2526-5393.20180005.

SOUZA, T. M.; FIGHERA, R. A.; SCHMIDT, C.; RÉQUIA, A. H.; BRUM, J. S.; MARTINS, T. B.; BARROS, C. S. L. Prevalência das dermatopatias não-tumorais em cães do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul (2005-2008). Pesquisa Veterinaria Brasileira, v. 29, n. 2, p. 157–162, 2009.

STOKES C, WALY N. Mucosal defence along the gastrointestinal tract of cats and dogs. Veterinary Res 2006;37(3):281–93.

STOCKMAN, J.; FASCETTI, A. J.; KASS, P. H.; LARSEN, J. A. Evaluation of recipes of home-prepared maintenance diets for dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, v. 242, n. 11, p. 1500–1505, 2013.

SUTO, A., SUTO, Y., ONOHARA, N., TOMIZAWA, Y., YAMAMOTO-SUGAWARA, Y., OKAYAMA, T., & MASUDA, K., 2015. Food allergens inducing a lymphocytemediated immunological reaction in canine atopic-like dermatitis. Journal of Veterinary Medical Science, 77(2), 251–254.

TAYLOR, S. L.; LEMANSKE, R. F.; BUSH, R. K.; BUSSE, W. W. Food allergens: structure and immunologic properties. Annals of allergy, v. 59, n. 5 Pt 2, p. 93–9, nov. 1987. Disponível em: . Acesso em: 1 out. 2018.

TAYLOR S.L., REMINGTONB.C., .PANDA R., GOODMAN E. R., BAUMERT J. L. Detection and control of soybeans as a food allergen. Handbook of Food Allergen Detection and Control. Woodhead Publishing Series in Food Science, Technology and Nutrition. 2015, Pages 341-366. 46

TORDESILLAS, L.; BERIN, M. C.; SAMPSON, H. A. Immunology of Food Allergy. Immunity, v. 47, n. 1, p. 32–50, 2017. Disponível em: .

UDRAITE VOVK, L.; WATSON, A.; DODDS, W. J.; KLINGER, C. J.; CLASSEN, J.; MUELLER, R. S. Testing for food-specific antibodies in saliva and blood of food allergic and healthy dogs. Veterinary Journal, v. 245, p. 1–6, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.tvjl.2018.12.014.

VERLINDEN, A., HESTA, M., MILLET, S., JANSSENS, G.P.J., 2006. Food allergy in dogs and cats: A review. Critical Reviews in Food Science and Nutrition 46, 259– 273.

WARFORD, S., LEW, D., MICHAEL, C., & LIEBERMAN, J. (2016). Skin Puncture Test Response Is Not Altered By Season of Testing. Journal of Allergy and Clinical Immunology, 137(2), AB163.

WEISER, K.; TAKWOINGI, Y.; PANESAR, SS.; MURARO, A.; WERFEL, T.; HOFFMANN, K.; ROBERTO, G.; HALKEN, S.; POULSEN, L.; REE, R.; BOERSTRA, BJ.; SHEIK, U. The diagnosis of food allergy: a systematic review and meta-analysis. Allergy. 2014; 69(1):76-86. doi: 10.1111/all.12333.

YU, W.; FREELAND, D. M. H.; NADEAU, K. C. Food allergy: Immune mechanisms, diagnosis and immunotherapy. Nature Reviews Immunology, v. 16, n. 12, p. 751– 765, 2016a. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1038/nri.2016.111

Dra. Ana Paula Landolpho

CRMV-SP 13746 Possui especialização em Dermatologia Veterinária pelo Quallitas; e Acupuntura Veterinária pelo Quallitas. Possui curso de extensão em Ozonioterapia e Consultoria Nutricional.

{PAYWALL_FIM}