DIAGNÓSTICOS EM DERMATOLOGIA: NOVIDADES QUE CHEGARAM NO BRASIL

Especialistas apontam o que há de mais moderno na rotina clínica da área

Foto: LuckyStep48/iStockphoto

Por: Samia Malas

Junto com os avanços da veterinária, cresce também a qualidade e a quantidade de exames que dão suporte aos especialistas e ao clínico para os diagnósticos de doenças relacionadas à área de dermatologia.
Para o Dr. Ronaldo Lucas, os maiores avanços na área de exames e são na anatomia patológica, incluindo testes de PCR e imunohistoquimica. “A otoendoscopia e os exames avançados de imagem (RM e TC) foram os mais representativos nas áreas de dermatologia e otologia – especialidade que também é nossa responsabilidade”, diz.
Para o veterinário especializado em dermatologia Dr. Bruno Pietro Luongo, as dermatopatias alérgicas detém a maior casuística de toda rotina clínica, sendo assim, os testes alérgicos têm auxiliado na terapêutica dessas enfermidades. “Já as otoendoscopias revolucionaram o atendimento das otites, pois permitem o diagnóstico de pólipos, tumores, colesteatomas e, às vezes, até proporcionam a terapia de otites médias com mirimgotomia e até cauterização de pólipos inflamatórios. O Brasil está se desenvolvendo no segmento dermatológico e muitos procedimentos, como as criocirurgias, otoendoscopias e testes alérgicos, estão se popularizando em muitos atendimentos a nível nacional”, lista.
A Dra. Ana Cláudia Balda aponta a otoendoscopia (ou fibroscopia) e imunoterapia com alérgenos, que são procedimentos que auxiliam muito tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento dos pacientes, como os exames mais inovadores do momento. “Acho que as medicações mais recentes para controle de prurido fizeram bastante diferença, pois há alguns anos só tínhamos os corticoides como medicação eficaz, porém, com efeitos colaterais a longo prazo. Em seguida, vieram ciclosporina, oclacitinib, lokivet-mab que permitem bom controle do prurido de forma mais segura”, acrescenta ela.
Para a Dra. Cibele Rossi Nahas Mazzei, os exames de imagem (ressonância e tomografia) são os considerados mais de ponta para a área de otologia, e ajudam a reconhecer aquelas otites mais complexas, mais internas, de pacientes que exigem tratamento mais aprofundado ou até mesmo cirúrgicos, como a otoendoscopia. “Temos também alguns exames de imagem que ajudam a verificar a profundidade e extensão de alguns tumores cutâneos que nos permite determinar o melhor planejamento cirúrgico para essas neoplasias. Nos exames de rotina clínica não temos grandes novidades, temos o antifungigrama, que é um exame recente, colocado para os clínicos, e alguns PCRs para doenças infecciosas que não tínhamos também que sugiram”, relata Cibele, que encerra com um alerta: “precisamos ter aqui no Brasil investimento em mais pesquisas, novas tecnologias, tudo o que temos de novidade vem de fora, não temos pesquisadores de ponta desenvolvendo diagnósticos novos tratamentos, comparativos, etc.”. O Prof. Dr. Marconi Rodrigues de Farias aponta que, nesta área de diagnósticos em dermatologia, o Brasil tem se destacado: “na pesquisa, desenvolvimento e padronização de testes alérgicos cutâneos de puntura e de contato, que subsidiam exclusões alimentares e ambientais, o estabelecimento de protocolos de desensibilização imunoterápica e de formas integrativas de tratamento de pacientes alérgicos, mormente com dermatite atópica; no desenvolvimento do diagnóstico endoscópico das doenças otológicas, que tem permitido o estabelecimento de diagnósticos e formas originais de tratamento, além do amplo monitoramento do paciente; nos testes moleculares que permitem o diagnóstico precoce, específico e a avaliação de carga parasitária de doenças infecciosas de caráter zoonótico; no desenvolvimento do diagnóstico citológico ambulatorial; no desenvolvimento do diagnóstico dermatoscópico e sua implementação na prática clínica; na oncologia dermatológica, no desenvolvimento de diagnóstico imunohistoquímico e suas correlações prognósticas”.