15 TENDÊNCIAS DA MEDICINA VETERINÁRIA PARA 2024

CONFIRA ALGUMAS PROJEÇÕES DE PLAYERS DO MERCADO VET

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Por: Samia Malas

Atualmente, o Brasil conta com quase 20 mil consultórios veterinários, 3.448 laboratórios especializados em diagnóstico para pets e 104 ambulatórios voltados à assistência à saúde animal, segundo dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) e da Associação Brasileira de Hospitais Veterinários (ABHV). Além disso, temos 155 mil médicos-veterinários em atividade e, a cada ano, quase 12 mil novos profissionais entram para atuar no mercado. “Historicamente, nas últimas décadas, o setor pet tem se demonstrado muito resiliente às crises, porque as pessoas não podem deixar de cuidar da saúde de seus pets. Reflexo disso é o aumento expressivo no número de profissionais em atividade, bem como os avanços constantes da medicina veterinária, com novos dispositivos e equipamentos, e que cresceu exponencialmente após a pandemia”, aponta Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO-Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos. Ainda segundo ele, a principal vantagem que o mercado médico-veterinário vem alcançando é que, cada vez mais, os donos de pets estão tentando dar aos animais o mesmo carinho, a mesma assistência médica que nós humanos temos. “Apesar de ser algo relativamente novo, percebemos claramente que alguns tratamentos que estão sendo oferecidos têm muita similaridade com os que nós humanos temos. Por exemplo, na área oncológica hoje podemos fazer vários tratamentos para a redução de tumores em pets. No caso das suturas, hoje muitas empresas de implantes ortopédicos já têm implantes para animais de pequeno, médio e grande porte. O cuidado na higiene dos centros cirúrgicos pets também se assemelha aos utilizados por humanos”, lista Fraccaro, que ainda reforça: “as tendências que temos hoje para oferecer ao tratamento do ser humano está rapidamente evoluindo para o mundo dos pets. Na feira Hospitalar, por exemplo, é comum encontrar veterinários olhando os dispositivos médicos já analisando o que poderá ser utilizado no mundo pet. Instrumentos cirúrgicos, também é um setor que não há diferença entre veterinário e humano. O mundo pet caminha em paralelo ao mundo de nós humanos”.

1. MEDICINA PREVENTIVA
Henry Berger, Head Latam e Diretor-Geral da VetFamily no Brasil, destaca o crescimento da Medicina Preventiva e Bem-Estar Animal para a prevenção de doenças como uma grande tendência. “Isso inclui maior amplitude dos protocolos de vacinação, cuidados preventivos de acordo com a faixa etária dos animais, nutrição adequada e a promoção de ambientes enriquecedores para os pets”, aponta.

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“As tendências que temos hoje para oferecer ao tratamento do ser humano está rapidamente evoluindo para o mundo dos pets” aponta Paulo Henrique Fraccaro, CEO da ABIMO

2. AVANÇOS EM DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
Equipamentos de diagnóstico por imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, estão sendo aprimorados para fornecer diagnósticos mais precisos e detalhados em animais, destaca João Abel Buck. presidente da ABHV e sócio proprietário do Hospital Veterinário Santa Inês. “Os avanços em diagnóstico por imagem e inteligência artificial possibilitam diagnósticos mais rápidos e precisos, permitindo um tratamento mais eficiente e oportuno. Porém, nessa área, encontramos um grande desafio que é a dificuldade de se comprar os contrastes imposta pelos próprios fabricantes desses equipamentos, que se diga de passagem, sem nenhuma justificativa plausível”, aponta João Abel.
Aline Zoppa, médica-veterinária oncologista, professora e mestre na área de Cirurgia de Pequenos Animais e Coordenadora clínica do HOVET UAM, concorda com Fraccaro, e reforça o fato de que a tecnologia está avançando muito na medicina veterinária. “A possibilidade de diagnósticos mais precisos permite melhores escolhas nos tratamentos. O uso de tomografia permite, por exemplo, fazermos uso de cateter urinários, algo que não poderíamos fazer antes. Assim, equipamentos delineados para a veterinária estão trazendo uma qualidade aos serviços prestados que não tínhamos no passado. E os benefícios estão sendo diretamente sentidos pelos tutores que encontram profissionais mais bem preparados para reconhecer o problema, confirmar o diagnóstico e tratar os pacientes. Estes recursos também auxiliam na obtenção de diagnósticos precoces e precisos. Há muitos casos em que o diagnóstico específico auxilia na decisão de fazer ou não uma cirurgia, por exemplo”, opina Aline.

3. MEDICINA PERSONALIZADA
João Abel aponta que, com base em avanços genômicos, a Medicina Personalizada (ou Medicina de Precisão) está se tornando mais viável, permitindo tratamentos adaptados às necessidades individuais de cada animal. “Uma tendência, embora seja incipiente em nosso país, mas que de alguma forma vai nos afetar positivamente em um futuro próximo. Como exemplos poderemos citar a imunoterapia e terapias direcionadas a oncologia”, diz.
Henry também acredita na Medicina de Precisão. “A abordagem personalizada com base na genética dos animais permite tratamentos mais específicos e adaptados às necessidades individuais de cada paciente. Isso pode resultar em terapias mais eficazes e redução de efeitos adversos”, explica.

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“Essas tendências e inovações têm o potencial de transformar a prática da medicina veterinária, proporcionando benefícios significativos para a saúde e bem-estar dos animais, além de melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços veterinários” diz João Abel Buck, presidente da ABHV

4. TELEMEDICINA
Em 2022, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), regularizou as diversas modalidades de telemedicina (teleconsulta, teleorientação, teletriagem, telediagnóstico, telemonitoramento, telediagnóstico e teleinterconsulta), mostrando que, cada vez mais, a tecnologia estará integrada na busca por soluções mais ágeis e que permitam aprofundar o diagnóstico de pacientes. “Assim como na medicina humana, a telemedicina veterinária tem se expandido, permitindo consultas remotas, monitoramento à distância, teleinterconsultas com veterinários especialistas, permitindo a entrega de melhor qualidade assistencial aos pets e tutores e maior acesso aos cuidados veterinários (telemedicina) e de veterinários especialistas por parte de veterinários generalistas (teleinterconsulta), independentemente da localização geográfica”, afirma Henry.
“A expansão da telemedicina permite consultas remotas, monitoramento de pacientes à distância e a possibilidade de especialistas em diferentes locais colaborarem em diagnósticos e tratamentos. Neste item, temos um caminho grande a seguir, principalmente na normatização mais eficiente e informação aos usuários desse sistema, das limitações inerentes à nossa profissão”, acrescenta João Abel.
Rodrigo Cardoso Rabelo, médico-veterinário e sócio executivo da Intensivet Saúde Digital, destaca que a telemedicina representa um avanço significativo na Veterinária, impulsionado pela pandemia de Covid-19, que acelerou a digitalização de processos no âmbito da saúde. “Com a Intensivet Saúde Digital, fundada em 2019, visamos aprimorar a precisão nos serviços veterinários, possibilitando acesso a especialidades e inovações terapêuticas em todo o território nacional, inclusive em regiões de recursos limitados. Através da plataforma ISD, oferecemos gestão remota de internações 24 horas e conectamos pacientes à uma ampla gama de especialidades, além de prover orientação aos tutores por meio de uma plataforma exclusiva (a Vetias), que é dedicada ao relacionamento entre tutores e veterinários, tudo sob rigorosos padrões de ciber segurança”, detalha Rabelo.

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“Equipamentos delineados para a veterinária estão trazendo uma qualidade aos serviços prestados que não tínhamos no passado. E os benefícios estão sendo diretamente sentidos pelos tutores” diz Aline Zoppa, coordenadora clínica da HOVET UAM

5. INTELIGÊNCIA  ARTIFICIAL (IA)
Segundo Rabelo, a grande tendência da medicina veterinária é a conexão, a digitalização, o uso da telemedicina de maneira ética e correta atrelada ao uso da inteligência artificial (IA), que auxilia em tarefas específicas que têm sido perdidas junto às equipes (como atrasos de reuniões, demora para tomada de decisão, diagnósticos complexos, a complexidade da relação entre clientes e veterinários etc.) tudo isso, a inteligência artificial consegue trabalhar de maneira muito mais prática. Rabelo ainda chama atenção para uma estimativa feita pela consultoria britânica Price water house Coopers (PwC), que analisa dados de empresas de todo o mundo, e sinaliza um prejuízo aproximado de 10 trilhões de dólares pela perda de produtividade em empresas. “A IA pode acabar com este tipo de ineficiência e destravar algumas rotinas que não estamos conseguindo resolver por falha técnica atrelada diretamente ao caos educacional que vivemos no Brasil. A tecnologia é a única ferramenta que consegue fazer uma ponte entre o novo veterinário que está entrando no mercado de trabalho com as novas tarefas que estão sendo propostas para ele no dia a dia, que são desafios gigantes de relacionamento com clientes que estão pagando cada vez mais caro pela saúde animal e estão buscando um nível de comprometimento profissional máximo e não estão encontrando essa qualidade em todas as clínicas que estão frequentando”, opina Rabelo.
Henry concorda com Rabelo, apontando que a IA terá papel fundamental na tomada de decisões. “A integração da IA à análise de dados e diagnósticos pode apoiar os veterinários na tomada de decisões, oferecendo insights valiosos e agilizando processos, o que pode resultar em tratamentos mais rápidos e eficazes. Além disso, tecnologias de monitoramento e inteligência artificial permitem que veterinários e tutores identifiquem com muita antecedência problemas de saúde potenciais que possam afetar os pets, trazendo a prevenção para outro patamar: a predição”, diz.
“Algoritmos de inteligência artificial estão sendo aplicados no processamento de grandes conjuntos de dados clínicos, acelerando diagnósticos e melhorando a precisão”, acrescenta João Abel.

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“Tecnologias de monitoramento e inteligência artificial permitem que veterinários e tutores identifiquem com muita antecedência problemas de saúde potenciais que possam afetar os pets, trazendo a prevenção para outro patamar: a predição”  afirma Henry Berger, Head Latam e Diretor-Geral da VetFamily

6. USO DE TECNOLOGIA NA GESTÃO DE CONSULTÓRIOS
Henry também destaca que softwares de gestão veterinária, registros eletrônicos de histórico médico e aplicativos têm facilitado a administração de clínicas veterinárias, melhorando a eficiência e a comunicação com tutores. “Tais tecnologias aportam maior rentabilidade das clínicas, melhor administração do tempo por parte dos veterinários (reduzindo o estresse e risco de burnout) e melhoram qualidade assistencial aos tutores e fidelização de clientes”, lista o veterinário.
Segundo Rabelo, a tecnologia acoplada ao mercado de trabalho claramente vai proporcionar melhorias. “Na Intensivet temos investido muito na área de consultoria, trabalhando com sistemas enxutos, com o controle de variabilidade, gestão de fluxo hospitalar, e tudo tem melhorado muito a nossa gestão. Então, estamos trabalhando muito a gestão hospitalar no ponto de vista de negócio, para produzir melhores resultados médicos”, diz.

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“A grande tendência para mim é a conexão, a digitalização, o uso da telemedicina de maneira ética e correta atrelada ao uso da inteligência artificial” diz Rodrigo Cardoso Rabelo, Diretor Executivo do Intensivet Saúde Digital

7. MERCADO DE TRABALHO
Quanto ao concorrido mercado de trabalho da área, Rabelo acredita que ainda há um espaço grande para que as especialidades sejam mais comprometidas com a qualidade. “Já que na graduação não estamos conseguindo, as pós-graduações estão suprindo a falta de educação básica, inclusive, nem deveriam mais se chamar pós-graduação, pois muitas vezes vamos dar aula em uma pós e acabamos dando uma aula de graduação já que o aluno não teve contato com aquele conteúdo de pequenos animais na faculdade”, revela Rabelo, que ainda ressalta: “para quem está fazendo e praticando especialidade, é preciso ter em mente que há um caminho grande pela frente se quiser realmente se tornar um especialista pelo CFMV na sua entidade.
”A especialização também é apontada como a tendência do setor por Aline Zoppa. “A tendência é que os tutores busquem, cada vez mais, veterinários especializados e que conheçam as tecnologias para que possam atender as suas necessidades”, diz.
Já Henry destaca que, além da busca por especialização, o mercado de trabalho médico-veterinário de pequenos animais está sujeito a várias tendências que refletem mudanças na demanda da sociedade, avanços tecnológicos (mencionados nesta reportagem) e novas abordagens na assistência aos tutores e atendimento aos pets. “Algumas tendências relevantes incluem: atendimento em domicílio em franco crescimento: o veterinário como verdadeiro ‘médico de família’, uma vez que os pets se tornam parte das famílias; busca por certificações em determinadas áreas como Fear-Free e Cat-Friendly; o mercado valoriza profissionais que buscam educação continuada e se mantêm atualizados com os avanços na medicina veterinária; busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional, assim como melhorias em gestão de tempo, saúde mental e redução do índice de burnout; impacto geracional: diferentes gerações de veterinários e tutores convivendo (baby-boomers, geração X, Millenials, geração Z etc.), trazendo desafios importantes de comunicação e abordagem assistencial; adaptação às novas tecnologias, o que demanda novas habilidades (digitais) e competências (mentalidade, capacidade adaptativa); aprender sobre empreendedorismo, pois veterinários estão abrindo clínicas especializadas, serviços móveis, franquias de fisioterapias e vários outros negócios; e a colaboração entre diferentes profissionais de saúde, incluindo médicos-veterinários, treinadores, fisioterapeutas e especialistas em comportamento, pode se tornar mais comum para oferecer uma abordagem holística ao cuidado animal”, lista Henry.

8. PESQUISAS NA ÁREA VET
Para Aline Zoppa, a pesquisa na área veterinária busca por detalhes que possam auxiliar no aperfeiçoamento das técnicas e dos diagnósticos. “Na oncologia, por exemplo, temos estudado os marcadores celulares que permitem conhecer, cada vez mais, o comportamento dos tumores e, então, definir melhor os tratamentos. Além disso, o grande número de congressos vem trazendo conhecimento aos colegas e permitindo procedimentos mais adequados no tratamento de cada doença”,aponta.
Henry destaca os avanços em pesquisas em biotecnologia resultando em vacinas mais seguras e eficazes, além de novas vacinas para doenças emergentes e alguns outros avanços importantes, como: “novos anti-parasitários combinados, que agora passam a tratar parasitos externos e internos com apenas um comprimido mastigável, trazendo muito mais segurança, eficácia e conveniência; novos medicamentos para áreas terapêuticas específicas como oncologia, cardiologia, dermatologia e doenças crônicas em pets; e terapias avançadas no tratamento das osteoartrites, como as Drogas Moduladoras da Doença Articular, como a Cartrophen Vet).”
“No entanto, apesar dos grandes avanços observados, ainda há áreas que carecem de crescimento, como soluções para doenças crônicas e metabólicas, como oncológicas e endocrinopatias (diabetes é um bom exemplo), além de terapias de suporte para comorbidades às doenças de base, como inapetência, sarcopenia, entre outras”, ressalta Henry.

9. MEDICAMENTOS INOVADORES
João Abel ressalta que novos medicamentos veterinários estão sendo desenvolvidos, abrangendo áreas como oncologia, cardiologia, dermatologia e neurologia, oferecendo tratamentos mais eficazes e menos invasivos. “Novamente aqui cita-se o exemplo dos anticorpos monoclonais para tratamento da dermatite atópica e osteoartrite”, reforça.

10. MEDICINA REGENERATIVA
Henry destaca que avanços em medicina regenerativa têm permitido o advento de tratamentos inovadores, incluindo terapias com células-tronco e outros métodos. “O desenvolvimento de terapias com células-tronco, medicamentos inovadores e vacinas mais avançadas oferece opções de tratamento mais amplas, especialmente para condições complexas ou crônicas”, acrescenta.
João Abel destaca que a pesquisa em terapias genéticas e celulares está progredindo, oferecendo novas opções de tratamento para doenças genéticas e crônicas em animais. “Nosso maior exemplo neste quesito é uso de células-tronco para tratamento de uma variedade de enfermidades. Também se considerarmos a terapia gênica citamos o uso de anticorpos monoclonais para uso em doenças diversas. Terapias gênicas e celulares oferecem opções de tratamento para condições antes consideradas incuráveis, melhorando a qualidade de vida de animais com doenças crônicas”, compartilha.

11. MEDICINA INTEGRATIVA
Para Henry, há uma maior busca por uma abordagem holística à saúde dos pets que combina práticas médico-veterinárias convencionais com terapias complementares (medicamentos e cirurgias) e alternativas, como acupuntura, quiropraxias, fitoterapias, entre outras.

12. EVOLUÇÃO DA NUTRIÇÃO
O crescimento da Nutrigenômica, Nutrição Personalizada e Nutrição Especializada, é outro ponto abordado por Henry. “A compreensão da relação entre a genética dos animais e a nutrição tem levado ao desenvolvimento de dietas personalizadas, adaptadas às necessidades individuais de cada animal. Além do mais, condições fisiopatológicas específica (como a sarcopenia em pacientes geriátricos e/ou oncológicos) passam a contar com suplementos efetivos ao tratamento de suporte”, diz o médico-veterinário.

13. SENSORES E DISPOSITIVOSDE MONITORAMENTO
Henry aponta o uso de dispositivos de monitoramento de saúde e rastreamento de atividades, como atividade física, alimentação, a quantidade que se bebe água por dia, sono etc., pode aumentar, como um grande aliado. “Eles permitem aos veterinários um acompanhamento mais preciso da saúde dos animais e predição de doenças (uma etapa anterior à prevenção)”, explica.

14. AVANÇOS EM CIRURGIASE INTERVENÇÕES
João Abel aponta também que equipamentos avançados permitem cirurgias mais precisas e menos invasivas, acelerando a recuperação dos animais e reduzindo o risco de complicações pós-operatórias.

15. ÉTICA E SUSTENTABILIDADE
Por fim, Henry destaca que há uma crescente conscientização sobre ética na prática veterinária, incluindo-se questões relacionadas ao tratamento humano de animais e práticas sustentáveis na clínica, que vão desde o descarte adequado de insumos, até o uso de equipamentos de maior eficiência energética.