Cuidado animal: pesquisas clínicas veterinárias impulsionam o mercado pet e são cruciais à saúde pública

Entenda como os avanços científicos estão transformando o setor e protegendo a população. Expectativas apontam para 101 milhões de cães e gatos no Brasil até 2030.

Imagem de felixioncool por Pixabay

Por: Assessoria de Imprensa

Uma das áreas mais importantes da Medicina Veterinária, embora nem tanto comentada, é a da pesquisa clínica veterinária. Este trabalho é crucial não apenas para a saúde dos pets, mas também para a segurança da saúde pública humana.

De acordo com últimos dados da Organização Mundial da Saúde Animal, corroborados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 75% das doenças infecciosas emergentes que afetam humanos tiveram origem animal. Alguns exemplos são: ebola, febre amarela, dengue, raiva e gripe aviária. Além disso, 80% dos agentes que apresentam potencial para serem usados como armas de bioterrorismo são patógenos zoonóticos.

A Dra. Greyce Lousana, presidente executiva da Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica, médica veterinária e uma das maiores referências em pesquisa clínica no País, enfatiza que a próxima pandemia não será evitada apenas com vacinas, mas com vigilância constante dos habitats onde os vírus circulam. “Se não tivermos uma interação entre médicos veterinários e demais profissionais de saúde, o futuro da humanidade será cada vez mais caótico. É fundamental termos uma visão ampla nesse ecossistema”, reforça a especialista.

Além disso, a importância da pesquisa e inovação visa garantir a saúde dos animais, bem como o crescimento do mercado pet e a necessidade de facilitar o acesso a produtos de qualidade para todos os tutores, independentemente de sua renda, temas que foram debatidos em evento inédito no Brasil, o I Encontro Nacional de Pesquisa Clínica Veterinária, realizado em março em São Paulo pela SBPPC.

A colaboração entre pesquisa, indústria e órgãos reguladores é vital para sustentar essa evolução, assegurando que todos os donos de pets tenham acesso a produtos de excelência, independentemente da classe social. O futuro da saúde animal está em transformação e os veterinários estão na linha de frente. “Os pets não podem se alimentar de qualquer coisa, receber medicamentos sem prescrição adequada e segura. E precisamos de uma conscientização geral sobre esse cuidado”, destaca a especialista Dra. Greyce. Ela comenta, ainda, que os órgãos regulatórios estão trabalhando para manterem os animais seguros, com bem-estar, inclusive em laboratórios clínicos.

Outro fator extremamente relevante é o aumento de pets entre as famílias, o que impõe a responsabilidade de assegurar que os produtos no mercado sejam confiáveis. A Dra. Greyce vê a inovação como chave para enfrentar as novas demandas. Porém, a ética é um componente crítico: “é crucial seguir os mais altos padrões éticos nos estudos científicos, garantindo o bem-estar animal, a integridade dos resultados e a confiança do público”, destaca a Dra. Mitika Kuribayashi Hagiwara, do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV).

Mercado Pet em Crescimento

O mercado pet brasileiro está em expansão contínua. Segundo dados de uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Comissão de Animais de Companhia (COMAC), até 2030 o Brasil terá aproximadamente 101 milhões de cães e gatos, o que representa um aumento de quase 26% em relação a 2019. Com esse crescimento, o mercado de produtos e serviços pet se vê desafiado a acompanhar a demanda e oferecer cada vez mais opções para os donos de pets.

Em 2024, o faturamento do mercado pet brasileiro foi de R$ 75,4 bilhões, de acordo com dados do Instituto Pet Brasil (IPB), o que representa um crescimento de 9,6% em relação a 2023.

“A pesquisa robusta é essencial para a criação de produtos e medicamentos seguros e eficazes. A base científica é essencial para o fornecimento de opções de qualidade”, ressalta a Dra. Greyce da SBPPC.

O avanço da pesquisa clínica veterinária no Brasil requer colaboração contínua entre indústria, academia e órgãos reguladores para garantir a integridade e o sucesso das inovações no setor. “Não faz sentido um único medicamento, por exemplo, ser eficaz para todos os animais: cães, gatos, aves, cavalos, gados etc. Assim como o alimento, que deve ser apropriado, seguro. O grande desafio é garantir o acesso da população de baixa renda a produtos de qualidade, para que possam cuidar de seus pets da melhor forma possível”, conclui a Dra. Greyce.

Sobre a SBPPC

A Sociedade Brasileira de Profissionais em Pesquisa Clínica (SBPPC) é uma entidade civil de finalidade não lucrativa, idealizada e fundada em junho de 1999 por um grupo de profissionais atuantes na área de pesquisa clínica. A iniciativa surgiu a partir da ideia e determinação da Profa. Greyce Lousana, bióloga e médica veterinária, que respondeu pela presidência da instituição de 1999 a junho de 2007.

A SBPPC foi a primeira associação brasileira a se preocupar com todos os profissionais que participam direta ou indiretamente do processo de condução de pesquisa clínica com foco na saúde humana e na saúde animal. Entre seus objetivos, estão: a integração dos diferentes profissionais do setor e a divulgação do tema “pesquisa clínica” para a população leiga.

Em suas atividades diárias, a SBPPC procura manter uma constante troca de informações entre as iniciativas pública e privada, instituições de ensino e pesquisa, instâncias governamentais, pesquisadores e demais interessados no tema. Os membros da diretoria, conselho consultivo e comissões técnicas de assessoramento, trabalham para promover ações de interesse de seus associados e profissionais da área.

Site: www.sbpcc.org.br